MEU QUERIDO AMIGO!
Seja benvindo a este espaço de Encontros onde você e eu deveremos sair sempre inteiramente outros.
Eu tenho um grande motivo e motivador comigo: DELEUZE E GUATTARI E SEUS ESCRITOS.
DESTA VEZ ESCOLHI ESTE TRECHO DO LIVRO MIL PLATOS VOLUME 3 PG 30.
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Eu tenho um grande motivo e motivador comigo: DELEUZE E GUATTARI E SEUS ESCRITOS.
DESTA VEZ ESCOLHI ESTE TRECHO DO LIVRO MIL PLATOS VOLUME 3 PG 30.
Fonte da imagem:
http://www.sxc.hu/ ( consultado em 11/11/2009).
Vem, vamos expor nossas idéias.
Veja de onde saiu este texto:
DELEUZE, Gilles; GUATARI, Félix. _____. Mil Platôs – capitalismo e esquizofrenia. 1ª reimpressão: São Paulo: Editora 34, Coleção Trans, v.3, 1996.
Um psicólogo dizia que o rosto é um percepto visual que se cristaliza a partir "de diversas variedades de luminosidades vagas, sem forma nem dimensão". Sugestiva brancura, buraco capturador, rosto. O buraco negro sem dimensão, o muro branco sem forma já estariam, antes de tudo, presentes. E nesse sistema muitas combinações já seriam possíveis: ou os buracos negros se distribuem no muro branco, ou o muro branco se afila e vai em direção a um buraco negro que os reúne todos, precipita-os ou "aglutina-os". Ora rostos aparecem no muro, com seus buracos; ora aparecem no buraco, com seu muro linearizado, espiralado. Conto de terror, mas o rosto é um conto de terror. É certo que o significante não constrói sozinho o muro que lhe é necessário; é certo que a subjetividade não escava sozinha seu buraco. Mas tampouco estão completamente prontos os rostos concretos que poderíamos nos atribuir. Os rostos concretos nascem de uma máquina abstrata de rostidade, que irá produzi-los ao mesmo tempo que der ao significante seu muro branco, à subjetividade seu buraco negro. O sistema buraco negro-muro branco não seria então já um rosto, seria a máquina abstrata que o produz, segundo as combinações deformáveis de suas engrenagens. Não esperemos que a máquina abstrata se pareça com o que ela produziu, com o que irá produzir.
A máquina abstrata surge quando não a esperamos, nos meandros de um adormecimento, de um estado crepuscular, de uma alucinação, de uma experiência de física curiosa... A novela de Kafka, Blumfeld: o celibatário chega em casa à noite e encontra duas pequenas bolas de pingue-pongue que saltam sozinhas sobre o "muro" do assoalho, ricocheteiam por toda a parte, tentam até mesmo atingir-lhe o rosto, e parecem conter outras bolas elétricas ainda menores. Blumfeld consegue finalmente encerrá-las no buraco negro de um cubículo. A cena continua no dia seguinte quando Blumfeld tenta dar as bolas a um garotinho débil e a duas meninas careteiras, depois no escritório, onde ele encontra seus dois estagiários careteiros e débeis que querem se apoderar de uma vassoura. Em um admirável bale de Debussy e Nijinsky, uma pequena bola de tênis vem ricochetear na cena ao crepúsculo; uma outra surgirá da mesma forma no final. Entre as duas, dessa vez, duas jovens e um rapaz que as observam desenvolvem seus traços passionais de dança e de rosto sob luminosidades vagas (curiosidade, despeito, ironia, êxtase2).
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